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Localização Atual : Detalhes de notícias


A fábrica de plásticos do parque Industrial do município do Lucala, na província do Cuanza-Norte, está a efectuar vendas mensais na ordem de 150 milhões de kwanzas, o que representa um aumento de cerca de 60 por cento, comparado aos rendimentos de cada mês no ano passado.



Interior da Fábrica de Plásticos, localizada no Parque Industrial do município do Lucala

O assessor de imprensa da empresa, Alves Xian, frisou que, no ano passado, as vendas dos diversos produtos atingiram a cifra de 1.498 milhões de kwanzas, resultante da venda de 4.550 toneladas de sacos, bolsas para armazenamento de plantas, cartões para ovos, fita-cola, artigos de plásticos diversos, detergentes e postiços.

Este aumento da produção deve-se à entrada em funcionamento da nova linha de fabrico de postiços.

A fábrica emprega, actualmente, 400 trabalhadores directos, dos quais 15 são expatriados. Tem como director-geral Quang Fu, residente em Angola há mais de 15 anos.

Alves Xian fez saber que a fábrica de plásticos tem ainda um património avaliado em mais de cinco milhões de dólares e o capital social foi, inicialmente, fixado em 40,6 milhões de kwanzas, repartido por duas quotas, tendo o Quiang Fu uma margem de investimento de 38,6 milhões, 95 por cento de todo o capital investido. Os restantes 2,03 milhões são atribuídos a cidadã angolana, Lágrima Magnólia Antónia.

Dados reportam que em 2021, a empresa apresentou uma tendência de crescimento, evidenciando uma solidez na maior parte das áreas de negócios e produtos disponibilizados.

O volume de negócios cresceu em cerca de 63,80 por cento face ao ano anterior, com contribuições positivas das diversas unidades de negócio, que integram a fábrica.

Investidores assumem intenção de gerar mais postos de trabalho aos locais.

Jovens trabalham com dignidade

Marceane Gaspar, de 27 anos, natural de Lucala, encontrou há um ano, na área de fabrico de postiço o ganha-pão, para os dois filhos.

Conta que por falta de condições parou na 9ª classe, e que com o pouco que se ganha está a juntar dinheiro para prosseguir com os estudos. Marceane Gaspar sente-se feliz pelo facto de poder contribuir para a beleza de muitas mulheres, através do trabalho que presta ligado ao arranjo das mexas de postiços.

Já Márcia Cristóvão, aparenta ter na casa dos 20 anos, e também natural de Lucala. A jovem vive sozinha, mas desde cedo procurou por um emprego para satisfazer as necessidades pessoais, da família, também a residir na mesma província, e, acima de tudo, as de saúde. Daí sentir-se satisfeita com o emprego conseguido na fábrica.

"O dinheiro que ganho não é muito, mas dá para resolver os problemas essenciais da vida”, disse.

Criada em 2015, num espaço de 10 mil metros quadrados, beneficiando de localização adequada e de um ambiente limpo e fresco, o empreendimento começou com as operações em Novembro de 2016.

A empresa introduziu equipamentos importados de produção e coloca ao dispor técnicos chineses, em vários departamentos, que oferecem um apoio técnico consistente e responsável aos jovens locais.

Actualmente, a empresa emprega cerca de 400 trabalhadores, dos quais 15 chineses, com os funcionários angolanos a participarem em acções de formação em Luanda, nas áreas de vendas qualificadas e inglês, visando a garantia do desenvolvimento contínuo da gestão local a longo prazo.

Mais produção proporciona rendas extras às famílias

Alves Xian, assessor do investidor Quiang Fu, fez saber ao Jornal de Angola, que os actuais níveis de produção estão a contribuir para o aumento de renda-extra no sustento de várias famílias, uma vez que grande parte da matéria-prima é fornecida por cooperativas ambientai, que adquirem-nos  junto de pessoas que vendem plásticos recicláveis.

Conforme disse, a empresa compra plásticos, tubos do tipo HDPE, PE e PPR; barris de plásticos, além de garrafas PET. Inicialmente, a matéria-prima é recebida e pesada desde o local de origem até a chegada à fábrica.

"O material é conservado em fardos ou ensacado, com separação prévia, de acordo com a sua especificidade”, disse.

O também porta-voz da fábrica de plásticos disse que o processamento de matérias-primas é feito por via da reciclagem em grânulos de plásticos, criados através de métodos específicos, para a redução da poluição ambiental. Destacou que a nível dos locais de recolha elimina-se também as impurezas e partes metálicas que possam prejudicar os equipamentos, durante o processo de produção. Na fábrica existe um sector específico para a separação da matéria-prima. Disse que a água ainda é fornecida, diariamente, por um camião cisterna, tendo apontado gastos de 4,7 milhões para o pagamento do consumo de energia eléctrica.

Alves Xian sublinhou que, brevemente, se prevê um investimento mais eficaz de separação de resíduos, incluindo a construção de um sistema de reaproveitamento e filtragem de águas e resíduos resultantes do processo de triagem e lavagem dos materiais reciclados.

A aposta na aquisição de meios de transportes de resíduos sólidos, aumento da capacidade de armazenamento, criação de uma estação para tratamento de água para abastecer a fábrica e as comunidades locais, constam dos principais projectos futuros. Está, de igual modo, em curso a construção de um posto de saúde que vai atender os colaboradores e familiares, para além de beneficiar as comunidades vizinhas.

Nisso, deu-se a conhecer a criação de um projecto que consiste na distribuição de cestas básicas e merendas para crianças na fase do Natal, três vezes ao ano.

Segundo revelou, a equipa de gestão do empreendimento trabalha para a criação dos códigos de barra e certificados de origem para a elaboração de um projecto que vai permitir a exportação dos produtos para a República Democrática do Congo, Namíbia, Zâmbia e posteriormente para a Europa.